Ciclo de Cinema: "Migração, Racismo e o Poder da Imagem"
MIGRAÇÃO, RACISMO E O PODER DA IMAGEM
Fábrica de Braço da Prata
12, 13 e 14 de Novembro de 2009
«Racismo e migração são dois temas frequentemente associados. Com efeito, os discursos sobre ‘mestiçagem’ ou ‘multiculturalismo’ vêem-se confrontados com posições e políticas cada vez mais restritivas no que toca à imigração, numa Europa a que Etienne Balibar chamou do ‘apartheid’.
Portugal, que agora se define, circunstancialmente, como ’europeu’, oscila entre a emigração, que desde sempre o caracterizou e, mais recentemente, o aumento da imigração, como o demonstra a história do país e de todas as nações europeias.
Com efeito, a ideia de ‘pureza’ foi uma invenção da Europa iluminista e romântica, segundo a qual (quase todos) os modernos estados-nação seriam fundados no ‘solo’ e no ‘sangue’. Por outro lado, essa ‘pureza’ encontrou a sua contrapartida no estabelecimento de outras fronteiras que construiram os ‘indígenas', no espaço colonial distante como seres ‘outros’, ‘racialmente’ diferentes, ‘indígenas’ esses que, contudo, também marcaram indelevelmente a paisagem ‘metropolitana’ europeia, a nível nacional e, agora, transnacional.
Mas, para além das migrações de antigas colónias tem-se vindo a assistir, em Portugal, à imigração de populações ‘não-lusófonas’, o que complica ainda mais o contexto migratório.
Ao mesmo tempo, os ‘brandos costumes’ parecem ser crescentemente contrariados por alarmismos face a ‘bairros problemáticos’ ou máfias de origem nacional diversa, numa associação perigosamente discutível entre ‘imigração e criminalidade’ e que os media ajudam a disseminar ou a criar. Estes, oscilando entre o securitarismo e uma tolerância proclamada, também ajudam a construir uma imagem de uma ‘alteridade’ quase absoluta, em que as imagens têm um papel preponderante.
Até que ponto o cinema – documentário ou ficção – as artes visuais podem conter estas tendências e propor outras narrativas mais contraditórias, efectivamente plurais?
Estas são algumas das questões que o Ciclo “Migração, Racismo e o Poder da Imagem” pretende abordar.»
[Informação retirada de ArtAfrica]
Portugal, que agora se define, circunstancialmente, como ’europeu’, oscila entre a emigração, que desde sempre o caracterizou e, mais recentemente, o aumento da imigração, como o demonstra a história do país e de todas as nações europeias.
Com efeito, a ideia de ‘pureza’ foi uma invenção da Europa iluminista e romântica, segundo a qual (quase todos) os modernos estados-nação seriam fundados no ‘solo’ e no ‘sangue’. Por outro lado, essa ‘pureza’ encontrou a sua contrapartida no estabelecimento de outras fronteiras que construiram os ‘indígenas', no espaço colonial distante como seres ‘outros’, ‘racialmente’ diferentes, ‘indígenas’ esses que, contudo, também marcaram indelevelmente a paisagem ‘metropolitana’ europeia, a nível nacional e, agora, transnacional.
Mas, para além das migrações de antigas colónias tem-se vindo a assistir, em Portugal, à imigração de populações ‘não-lusófonas’, o que complica ainda mais o contexto migratório.
Ao mesmo tempo, os ‘brandos costumes’ parecem ser crescentemente contrariados por alarmismos face a ‘bairros problemáticos’ ou máfias de origem nacional diversa, numa associação perigosamente discutível entre ‘imigração e criminalidade’ e que os media ajudam a disseminar ou a criar. Estes, oscilando entre o securitarismo e uma tolerância proclamada, também ajudam a construir uma imagem de uma ‘alteridade’ quase absoluta, em que as imagens têm um papel preponderante.
Até que ponto o cinema – documentário ou ficção – as artes visuais podem conter estas tendências e propor outras narrativas mais contraditórias, efectivamente plurais?
Estas são algumas das questões que o Ciclo “Migração, Racismo e o Poder da Imagem” pretende abordar.»
[Informação retirada de ArtAfrica]
Org. www.artafrica.info
Com o apoio de Africa.cont; Câmara Municipal de Lisboa, Maumaus, Escola de Artes Visuais; Università degli Studi di Napoli, L’Orientale.
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