Estudos Europeus
A Europa passa por aqui. A actualidade da União Europeia e assuntos relacionados com a vida de quem estuda ou estudou a Europa.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Caros colegas membros do NESTEU
Não sei se é ou não tradição, mas desde há quatro anos a esta parte que vem sendo costume criticar-se as actividades realizadas na nossa faculdade. Assim, e como entendo que não é uma atitude correcta, quero desde já felicitar-vos pela brilhante iniciativa que promoveram relativamente aos dez anos da licenciatura em Estudos Europeus, mas também pela imagem positiva que quiseram transmitir do nosso curso, convidando não só pessoas de fora, mas também da própria Faculdade de Letras.
Infelizmente não tive hipótese de assistir à primeira conferência (09-04), mas devo dizer-vos que faço um balanço muito positivo das seguintes, nomeadamente da última. Apesar dos incidentes ocorridos, os quais não vou referir aqui, destaco de forma muito positiva a intervenção do Dr. Paulo Sande, não só pela qualidade do seu discurso, o qual nos é muito familiar, na medida em que é um tema que nós, alunos de Estudos Europeus já conhecemos profundamente, mas sobretudo pelo à vontade e gosto com que lidou face a uma plateia composta maioritariamente por estudantes. Tive, de facto, muita pena que a sua intervenção tenha sido «prejudicada» pelo atraso do outro orador presente, dado que acabámos por não poder colocar-lhe tantas questões como gostaríamos.
Finalmente envio também um grande agradecimento à nossa coordenadora – a Prof.ª Teresa Alves -, pela enorme dedicação com que abraçou esta causa, querendo sempre ampliar a visibilidade da licenciatura em Estudos Europeus e dos seus estudantes.
A todos vós muito obrigada (30 de Abril de 2008)
Marisa Carapinha
domingo, 27 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Liberdade ou o substantivo que nos fez mudar
Coloco aqui um excerto de um poema de Manuel Alegre, intitulado "Trova do Vento que Passa", que demonstra o quanto "ainda há muito a fazer".
25 de --- > ABRIL (408 meses depois)
Este é para mim o feriado que mais significado tem. Entre os 4 que têm verdadeiro significado para além do descanso.
Se este dia não tivesse acontecido, e se nos meses seguintes não se chegasse a bom porto, as nossas vidas seriam totalmente diferentes. Para pior, independentemente dos que hoje dizem não estar bem e dos que, efectivamente, não estão.
Sou um dos filhos da Revolução mais bela do mundo e orgulho-me muito deste feito histórico, que muitos dos nossos antepassados (dos quais os meus pais e os meus avós fazem parte) permitiram que acontecesse. Sem balas, contra um regime que as utilizou e matou muito mais do que agora alguns querem fazer crer.
Este dia é para lembrar todos esses que foram mortos pela PIDE (aqui) como a inocente Catarina Eufémia e o estudante da FDL José Ribeiro Santos, os que mudaram e morreram a tentar mudar como Humberto Delgado, os torturados (avô Luís), presos (avô Ernesto e avô Luís) por essas Caxias, Peniche e Tarrafais, os exilados como Álvaro Cunhal e Mário Soares, os censurados que conseguiram passar mensagem como o nosso colega José Mário Branco, as mulheres silenciadas e subjugadas, os que tiveram de emigrar, os que morreram à fome, os que na miséria total viveram, os sem escolha... e todos os que sofreram as consequências por defenderem os seus ideais de liberdade e justiça.
Hoje é para sorrir,
Amanhã para continuar, pois ainda há muito a fazer...
“ A revolução não vai ser transmitida na televisão, ela tem de acontecer dentro de cada um, caso contrário nunca chegaremos a lugar algum. “ - Da Weasel
Hugo Mendes
quinta-feira, 24 de abril de 2008
1 - Inês Casais
2 - Alice Almeida
3 - Sara Rodrigues
4 - Anabela Oliveira
5 - Hugo Mendes
6 - Gonçalo Dinis
7 - Rita Matos
8 - Sara Tavares
9 - Nídia Livramento (desistiu)
10 - Diogo Ribeiro
11 - Sílvia Dias
12 - Rita Justino
13 - Sandrine Rodrigues
14 - Lara Silva
15 - Sónia Silva
16 - Oriana Barcelos
17 - Ana Pata
18 - Filipa Calisto
domingo, 20 de abril de 2008
O caminho para Bruxelas
Procura um emprego que vá ao encontro da sua formação. O curso de Estudos Europeus prometia-lhe o mundo. Jorge Coimbra, 29 anos, ainda não descobriu o que fazer com ele.
Quando em 1995 ingressou na licenciatura de Estudos Europeus, na Universidade Moderna, no Porto, Jorge Coimbra, acreditava que este seria ?um curso com futuro?. Mais especializado e inovador que o de Relações Internacionais em matérias europeias. Portugal ia de vento em poupa na então CEE (Comunidade Económica Europeia) e Jorge viu no curso uma oportunidade de estudar ?os desafios e os problemas que se colocariam ao País?. A meta dos seus sonhos: Bruxelas. Algum emprego lhe estaria destinado nos inúmeros gabinetes da Comissão Europeia. Ou então, numa empresa de cariz internacional com negócios espalhados por toda a Europa. Exemplos de vias profissionais estampadas em folhetos de promoção. O curso iria permitir-lhe trabalhar exactamente em quê? Jorge suspira sem conseguir dar uma resposta concreta à pergunta.
Entretanto, para dar uma ajuda aos pais, na altura proprietários de um restaurante, Jorge começou a servir os almoços e os jantares. Era algo que não prejudicava muito o curso. Além disso, o seu trabalho permitia aos pais poupar em empregados e para Jorge era uma maneira de ?merecer? o dinheiro gasto na propina mensal.Os anos sucedem-se ao ritmo dos exames e das queimas. Na universidade Jorge vai somando desilusões. Faz cadeiras sem lhes ver a utilidade. Muita teoria e pouca aplicação. Está no quarto ano. E quando chegam as férias, Jorge aproveita uma oportunidade de trabalho num hotel como mandarete. Começa por fazer as férias e as folgas dos funcionários. Mas um ano depois fazem-lhe uma proposta para trabalhar a tempo inteiro. De 5ª feira a Domingo, oito horas por dia. Jorge aceita.
A licenciatura entretanto está na recta final. As perspectivas já não são tão animadoras como no início. Bruxelas está cada vez mais fora do seu caminho. Jorge tem consciência disso. Ainda assim procura ver a mais valia de anos de estudo. O orgulho impede-o de lamentar o ingresso no curso. A sua conclusão pouco mais é do que o caminho inevitável.
Terminado o percurso universitário a procura de emprego assume os contornos previstos. Envio de currículos espontâneos. Por email ou via postal. Cartas endereçadas a ?Exmos Srs Directores? ou a abstractos ?Departamentos de Recursos Humanos?. Cartas entregues em mão a gente desconhecida que faz o favor de as aceitar. A leitura rotineira dos anúncios de emprego nos classificados dos jornais diários. Acrescida das pesquisas na Internet.
única coisa que Jorge dispensou no rame rame da procura de trabalho foi a inscrição no Instituto de Emprego e Formação Profissional. ?Para quê??, questiona-se. ?Tive um amigo que se foi inscrever e saiu de lá deprimido por ver tanta gente desempregada pelos corredores.? Jorge quis evitar a depressão.
Á falta de emprego vai acumulando horas e horas de formação. As áreas são as mais diversas possíveis. Cursos de Inglês, Espanhol, Construção de Páginas Web, Internet, Excel, Gestão de Empresas, Desenvolvimento Pessoal, Gestão de Recursos Humanos, Criatividade, Inteligência Emocional. A lista vai longa. Por vontade de Jorge continuará a engrossar. Pelo menos enquanto Jorge acreditar que pode assim alargar o seu campo de oportunidades laborais. Na prática não lhe têm valido de muito. ?Até agora só me têm dado frutos pessoais.? Apesar de já lhe terem custado cerca de 700 contos de ordenados no hotel. Mas nisso Jorge prefere nem pensar muito. Prefere falar do estágio não remunerado que realizou na Câmara Municipal de Valongo. A ?mais valia? que encabeça o seu currículo logo a seguir ao item Licenciado em Estudos Europeus.Durante seis meses Jorge acumulou ao trabalho no hotel um estágio no Gabinete de Desenvolvimento Económico daquela autarquia. Contactou empresas para averiguar quais eram ou não viáveis no concelho e as que entretanto teriam ido à falência. Actualizou uma base de dados com 3 mil registos. Fez um arquivo de informação com notícias publicadas diariamente na imprensa sobre o concelho e a autarquia. Mas o que mais gostou de fazer foi dar informações às empresas sobre como se candidatarem aos fundos europeus. Uma função mais adequada ao seu curso mas que não lhe assegurou um emprego. Por isso enquanto o futuro não ganha contornos mais definidos Jorge continua a levar a bagagem dos hóspedes para os quartos: ?É um trabalho monótono, mas é o que me dá a independência??, desabafa.
Descaradamente retirado de
sábado, 19 de abril de 2008
After-Hours com Miguel Portas.
Terminada uma deliciosa conferência com grandes nomes do panorama político e académico português, chegou a altura de cumprimentar os convidados e ter um pequeno tête-à-tête.
Fui ao encontro do Dr. Miguel Portas e depois de ter procurado um cigarro para satisfazer os vícios do “bloquista” (até os grandes Homens têm fraquezas), iniciei uma pequena conferência after-hours que durou o tempo de uma mortalha queimar. Falámos de um assunto trivialmente europeu – a questão dos lenços, xailes, o que lhes quiserem chamar, impostos pelo Corão que estão a ser proibidos em países como o Reino Unido ou a França por estes serem de cariz religioso “não fazendo sentido num estado laico”. O que foi discutido é de pouca relevância, ainda assim é facilmente perceptível a opinião do deputado europeu devido à sua conotação de esquerda.
A última “passa” foi seguida de uma queda de chuva que precipitou o fim do diálogo e por sua vez o início de um colóquio ou tertúlia por que a nós se juntaram alguns dos meus caros colegas de Estudos Europeus. Fomos descendo escadas e atravessando corredores falando sobre o que vinha à baila. Tentei que a questão “do que é que faz de nós europeus” fosse referida, mas a distância que o irmão do bronzeado líder do PP tinha da cultura clássica europeia era assustadoramente perceptível. Todo este momento fez-me lembrar as representações que via de Aristóteles nos livros de História do secundário, aquando caminhava pela Ágora ensinando os seus discípulos (obviamente que não estou a nomear os meus colegas de discípulos de Miguel Portas, porem foi uma reflexão que me fez sorrir por breves segundos). A ausência de melodiosos violinos no discurso de Miguel Portas e a veemência com que defendeu a Europa com uma liga de interesses económicos foi fria porem tenebrosamente realista.
É de momentos como este que somos feitos. Onde enfrentamos quem ambicionamos ser, onde ficamos realmente cientes de que não passamos de “anões empoleirados nos ombros de gigantes” (B. Chartres).
Jubilosos cumprimentos.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Sobre o segundo dia de Comemorações…
No segundo dia de conferências tivemos talvez o painel de convidados mais especial destas nossas comemorações, com a participação institucional da Dra. Margarida Marques, do generoso Dr. Miguel Portas e do hilariante Dr. Eduardo Vera-Cruz.
Na prestação da Dra. Margarida Marques tivemos uma visão altamente oficializada das relações entre a Europa e os emigrantes e durante cerca de 30 minutos fomos brindados com o mais puro "Europês" oficial das instituições europeias.
Já o Dr. Miguel Portas trouxe-nos a "Europa Real", aquela que não está presente nos tratados nem em poemas deslumbrantes sobre a Europa, mas que está encoberta no nosso dia-a-dia.
Na sua abordagem foi visível a situação miserável dos emigrantes da "nossa Europa" nos cerca de 200 centros de detenção europeus, alguns dos quais sem as condições mínimas básicas de sobrevivência. Miguel Portas falou-nos também sem embelezamentos em "brancos" e "pretos", e na fome incessante dos europeus nos brancos altos e louros qualificados (Leste) e da recusa dos pretos (África) a não ser que estes tivessem qualificações e fossem de bom trato.
Na sua abordagem foi visível também os "acordos de readmissão" camuflados em autênticos "acordos de expulsão" e na debandada dos recusados em países como a Líbia e Marrocos onde muita vezes são despejados num deserto escaldante já depois de muitos dias de fome.
«O trabalho sujo é despachado para estados não europeus!» Miguel Portas
Por fim o Dr. Eduardo Vera-Cruz, com o seu estilo inconfundível, falou-nos da sua visão destes problemas aos olhos de um "branco angolano que não percebe nada do assunto mas que adora kizomba".
Nas suas cómicas palavras foi notória a xenofobia, muitas vezes escondida na Europa e na própria África com países onde o bilhete de identidade ainda fala em "raças".
Como bom jurista falou-nos ainda de "um direito que valha a pena" e que respeite a "cultura africana e não a europeia".
«A África já foi descolonizada pela Europa mas ainda continua refém dos Árabes!» Eduardo Vera-Cruz
PS 1: Foi com um enorme prazer que deslumbrei um auditório cheio de colegas do 1º ano de Est. Europeus, prova de que o curso continua de boa saúde.
PS 2: Queria também agradecer aqui publicamente ao Dr. Miguel Portas por toda a sua simpatia e disponibilidade, pois mesmo com uma agenda apertadíssima teve a amabilidade de aceitar o nosso convite e já terminada a sessão, trocou ainda durante largos minutos algumas impressões sobre o futuro da Europa. Foi uma oportunidade bastante interessante de conhecermos os bastidores daquilo a que chamamos «Europa».
sexta-feira, 11 de abril de 2008
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Sobre o primeiro dia de Comemorações…
É bom saber que alguém tem coragem de dizer perante um Anfiteatro bem composto e lado a lado com as pessoas que criaram este curso, que achar um trabalho nesta área é uma aventura estonteante.
Pena que não se tenha tido oportunidade para debater este tema…
Queria louvar também aqui publicamente a excelente prestação do Professor José Pedro Serra e do Professor Viriato Soromenho Marques.
Esperemos que as próximas sessões estejam ao nível deste dia.
PS: Estou curioso para o confronto do próximo dia 23 entre o Prof. Francisco Louçã e o Prof. Fausto Quadros.
Comemoração e a Minha Odiosa Impotência Intelectual.
Nas comemorações dos dez anos do curso de Estudos Europeus, foi com grande agrado, surpresa e extremo orgulho que assisti a uma conferência com o Comissário Europeu Dr. Durão Barroso.
Dos muitos, porém limitados, temas que foram abordados, dois, devido à sua pertinência actual ficaram-me retidos algures entre o tímpano e a massa encefálica. São eles a questão da adesão da Turquia, e do hipotético boicote da União Europeia aos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim.
Em relação ao primeiro tema, fiquei surpreendido com a veemência com que o “nosso” Comissário deu resposta afirmativa quando questionado sobre se a Turquia é uma hipótese de adesão à União Europeia. Obviamente, referiu que a instabilidade a nível dos direitos humanos não permite pensar a curto ou médio prazo numa adesão. Ainda assim a manutenção de conversações referida por Durão Barroso oferece o vislumbre de um futuro risonho nas relações entre as duas entidades a bem da consolidação da imagem da Europa no médio Oriente. Ceifando a herança de força opressora como aliado dos Estados Unidos da América de G. W. Bush pode então semear a imagem de uma “unidade de diálogo internacional”.
No segundo tema, devo admitir que a minha anterior opinião de boicote ao gigante económico asiático ganhou a sua dose de pontos de interrogação. Durão referiu que a China detêm de tamanhas dimensões capazes de pôr a vida de qualquer ser humano em risco (não apenas dos tibetanos) e nem sequer teve de mencionar o poderio militar, falou sim, da questão ambiental. Não digo para nos vergarmos ao berço de Sun Tzu, nem partirmos para uma ofensiva sem precedentes em solo asiático, porém o boicote não será a hipótese mais acertada devido à influência que este Golias poluidor tem no nosso modo de vida. Sendo que a qualquer momento pode cortar com as negociações referentes ao tratado Quioto e eu ver a minha casa dentro de pouco tempo ser valorizada por ter “vista para o mar”.
Sem uma opinião fundamentada sobre o assunto devo admitir que a impotência intelectual enoja-me quando minha, assim acontece, apenas me resta exortar a quem sabe mais do que eu.
Duvidosos Cumprimentos
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Apresentação do novo "bloguer".
Apresento-me como Ribeiro de Andrade omitindo o primeiro nome "André" que ainda me faz lembrar o Victor Norte aquando a sua participação na "Rua Césamo".
Frequento, orgulhosamente, o primeiro ano do curso de Estudos Europeus da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Com fortes aspirações a deixar marcar no panorama social politico europeu dentro de três a quatro (quem sabe cinco ou seis) mãos cheias de anos.
Claramente conotado com ideais de esquerda, porem, acredito no conceito de Europa Unida, capaz de ultrupassar todos os obstáculos, físicos e ideológicos, inerentes a séculos de guerras e conflitos entre os estados-nação pela Europa fora, através do, muito humano, factor de resiliência.
Não me querendo alongar mais, prometo a tentativa de oferecer qualidade em posts sobre os mais variados temas assim como a seriedade que, voluntariamente, me escapa aquando a vida pós-académica chama pelo nome ou alcunha.
Os mais sinceros cumprimentos Ribeiro de Andrade.
domingo, 6 de abril de 2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Vão começar....
Contamos com a vossa presença!
Este ciclo de conferências terá como base as várias formas de contextualizarmos a Europa (em algumas ocasiões, mais concretamente a União Europeia).
Contamos com a presença da comunidade académica da UL e com aqueles que desejem vir saber mais sobre a Europa.